Optei por um passeio na cidade, na nossa, para mostra-la ao M, de 9 anos, o meu querido sobrinho. E o 'Boss' é um Poeta.

Num Sábado de Verão em Lisboa ou não se está em Lisboa. Ponto. Ou a tentação é dirigirmo-nos a uma das praias circundantes - o que um verdadeiro privilégio, podermos. Mas nós não, optámos por, eu, redescobrindo, mostrar ao meu sobrinho, o M, 'a nossa Lisboa castiça', 'a nossa Lisboa profunda', ' a nossa Lisboa linda, olhando o rio', 'a nossa Lisboa atrevida', 'a nossa Lisboa clássica', 'a nossa Lisboa bairrista'.
Primeira paragem, Alfama repleta de varinas de vozes altivas, gritando muitas vezes, turistas fascinados, alcoolizados inofensivos e um M deslumbrado deambulando por ruas tão estreitas – “…que aqui nem passam carros!” Dizia, alegre. Entrámos, por ali a dentro, para que o M pudesse conhecer Alfama, toda bonita e engalanada. Afinal os Santos já foram mas as festas não param. Acabámos com umas sardinhas e umas febras q.b. onde o M como sempre encantou quem nos rodeava!
Ora, Lisboa não é Lisboa sem uma passagem pela antiga zona intelectual da cidade. E lá fomos rumo ao Chiado e São Carlos. Cheio de pessoas a passear. Famílias, grupos de miúdos e miúdas, mais turistas e mais errantes. Que bom que é, ainda termos algum chiado 'de volta'. O M e eu tínhamos um acordo. Sim, íamos passear por ali mas com paragem consumista para o M comprar música. É um bom início e indício, ele gostar assim tanto de música, ainda que seja a típica da sua idade. O Largo de São Carlos foi paragem obrigatória para o M o poder olhar, com tempo e atenção, e trazermos o programa do ‘Festival ao Largo 2010’ - que não vamos querer perder.
O nosso dia acabou em grande. Como diria o M. -Que Espectáculo. Fomos às Festas de Santa Isabel com direito a arraial. Um grupo de miúdos locais rappers, de entrada, com uma interessante coreografia e um final apoteótico (pensariam os jovens que por ali andavam), concerto de Boss A.C. O ‘Boss’, deixem-me partilhar convosco, é um verdadeiro e sentido poeta... (lá à sua maneira, claro). Quem diria. Os olhos do meu M estavam vidrados. Com um sorriso resplandecente. Estávamos rodeados de todo o tipo de pessoas. Desde idosos da zona. Sim, a 'curtirem' o ‘Boss’. Jovens 'bem e maltratados' e aqui, também, alguns alcoolizados do bairro. Falou-se de droga. Pois era o momento certo e para a plateia ideal. O Presidente da junta, impecável, relembrou que era o Dia Internacional da Luta Contra a Droga e que os jovens se deixassem disso - que isso não interessava a ninguém. Foi assertivo. Gostei.

As drogas não interessam nada. Deixem-se disso. [por João Serra, Presidente da Junta de Freguesia de Santa Isabel]
Eu estou vivo e vou viver a vida! [por Boss A.C.]

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