Mar.

O mar é o ‘meu berço’. Quando relativamente calmo e tranquilo me recebe.
Quando o olho deslumbro-me. Muitas vezes procuro-o propositadamente, mesmo no pino do inverno.
Reconheço, preciso do Mar.
Quando nele mergulho o meu corpo descontraído, fica ‘limpo’ de qualquer pressão, quase ‘limpo’ da força da gravidade.
Quando nele nado sinto uma infinita liberdade, quando nele estou, apenas parada, mexendo os membros para ficar a superfície, deixo-me ir… como no berço materno protector.
Quando nele navego, ao sabor do vento ténue e equilibrado, o balancear é arrepiante, sentindo-me como num baloiço, muito feliz, como quando empurrada por um dos meus queridos Pais.
Deixo a mente e o corpo livres, aproveitando as energias que me chegam da sua ondulação, do sal que o torna tão especial, do sol que o reflecte e lhe confere as suas magníficas cores.
Uma sensação maravilhosa inexplicável. Navegar à vela. Navegar em boa companhia. Obrigada a Ti, mesmo.
O Mar refresca-me e purifica-me as ideias.
A sua extensão, balanço inquebrável, amparo e beleza podem comparar-se ao Amor.
Podem comparar-se a um Amor Paterno, Amor Materno, Amor Fraterno, Amor íntimo - de dois Amantes - que se Amam ao sabor das suas ondas, do Sol e da Lua.
Há Mar e Amar.


Há Mar e Amar.
Não gostaria nem conseguiria viver sem Mar e muito menos saberia viver sem Amar.