Estamos mas não estamos.

Temos esse poder, que nos é único. De estarmos ‘sem estarmos’
Estarmos com os amigos sem os olharmos, sem os ouvirmos
Estarmos com o nosso Amante sem o acarinhar, sem o respeitar
Estarmos nas nossas profissões sem dar o nosso melhor, nem mesmo uma parte de nós
Estarmos com a nossa família sem lhe dar atenção, nem o nosso próprio coração
Estarmos num belo jardim sem nos deslumbrarmos com as flores à nossa volta, sem sequer passearmos por ele
Estarmos na praia, num dia magnífico, sem olharmos o mar com orgulho, nem sentirmos o cheiro da brisa com gratidão
Estarmos com os outros mas não os acolhermos, nem nos deixarmos acolher
Estarmos num sítio, pensando em outro qualquer
Estarmos com alguém, pensando em outro alguém

Sem nos darmos conta podemos ‘cair’, ou mesmo 'resvalar', para este marasmo, apatia, indiferença, diria mais: Abismo.
Vale a pena estarmos, sim, quando realmente estamos: 'entregues' e 'prontos para dar e receber'.

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