Gabriela, jovem adulta, com uma vida atribulada, em quase todos os quadrantes, incluindo questões amorosas, profissionais e relacionais, pergunta um dia a sua Mãe: “- Mãe, a partir de quando é que começaste a aceitar a tua vida, como ela realmente era?”.
Responde a Mãe, com todo o Amor de Mãe: “-Minha Querida, como sempre, andas à procura de qualquer coisa. Nunca estás completamente satisfeita. Tens que serenar. Aceitar a tua vida como ela é. É difícil, eu sei.”.
A Mãe acrescenta “ -Meu Amor, não me foi fácil, também. Sentia um turbilhão no coração quando as coisas não aconteciam como, desesperadamente, sonhava.”,
“Mas um dia, de um dia para o outro, e o teu coração vai senti-lo igualmente, percebi que as emoções, os feitos e as pessoas que tinha em meu redor, algumas que nem nunca havia pensado ou sonhado, tinham-se relevado, até, muitíssimo melhores que as que tinha desejado…”.
“-Hum”, disse Gabriela e continuou “-Quer dizer que um dia o meu coração vai acalmar e todos os dias agradecer, com seriedade, o dia de hoje e de amanhã?”.
“-Assim de repente, conseguir esse sossego, parece-me que nem lá para os 40entas isso possa acontecer. Mas asseguro-te: vou tentar seguir o que me ensinas, Mãe Querida, agora, e aproveitar o que na minha vida tenho de maravilhoso. E tentar deixar de pensar no que me falta e em quem gostaria de ter. Obrigada.”
As duas, encostaram-se para trás e continuaram, uma a ler o seu livro e a outra a tricotar a sua vida.
Andar, constantemente, numa busca incessante é muito desgastante.
Aceitar e agradecer o que temos, hoje aqui e agora, mesmo, é com certeza mais sereno e inteligente.
Amemos a nossa vida. Com as suas próprias limitações e apogeus.
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