Beleza do Oculto
Ele pelos seus 50entas e tantos, ela um pouco mais nova. Pedro e Inês, desta história.
Os dois, sentados, em mesas separadas, num acolhedor café de uma bela cidade.
Lá fora a chuva passeando e o vento dançando.
Dia quente e escuro. Bom. Acolhedor. Quase tropical.
Os dois olhando, repetidamente, de soslaio, um para o outro.
Os dois, convencidos de que, até aquele ‘encanto’ momento, seriam Almas livres.
Cada um com a sua bagagem. E que bagagem. Como qualquer outro ser humano vai ganhando e perdendo.
Os olhares continuam e derretem-nos de felicidade.
Pedro, com sorriso constante na face. E o oculto?
Para Inês, Pedro, terá um coração de ouro, as suas ‘coisas’ também, mas aparenta tranquilidade, interesse pelo mundo, honestidade e força.
Inês, sente-se bonita, especialmente perante o olhar de Pedro e menos tímida que normalmente.
Pedro, olha-a docemente, com vontade de a conhecer e vai imaginando Inês.
Aqui, mais uma vez, a beleza do oculto.
Pedro observa-a, o que discretamente é possível, e encontra em Inês um olhar lindo, inteligente, tímido, doce e sede de Amar. Pensa, ele.
“Mulher decidida. Boa Mãe, certamente! Terá filhos? Terá marido?”
As dúvidas da beleza do oculto.
“Não. Não. Está, também, na busca de um novo Amor” Quer Pedro acreditar. “É a minha musa que há tanto tempo quero encontrar.”
Os dois, ali, cheios de coragem para se apreciarem mas sem qualquer para se aproximarem. Embriagados, um pelo outro. Transbordam alegria.
Mas, de pronto, Inês tem que partir sem demora. Nesse dia, não há mais tempo.
Pedro, faz um gesto de partilha. ‘Como que’ afasta três cadeiras, ao mesmo tempo e que não estavam no caminho…, para a sua musa passar.
Inês, olha-o nos olhos. Os dele estão também pregados nos dela e diz a Pedro, sorrindo, com todo o seu corpo. “Obrigada.” ‘Pensa, talvez, um até para semana…’
Voltarão os dois, ao mesmo lugar, à mesma hora, na semana seguinte, convictos de que vão encontrar a sua ‘sorte’?
Que diz o leitor?
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