“Memórias Encontradas”. Uma fotonovela sem fotos. [Beleza do Oculto 6].

Beleza do Oculto 6
Depois do doce e sensual beijo na face, Inês desaparece, do nada. Para variar, sempre atarefada.
Nem sequer o café chega a beber. Tem um compromisso mas essencialmente sai num ápice, apesar de feliz, estremecida, baralhada e intimidada com esta dádiva.
Como sempre com muita cautela (como lhe diz a sua Querida Avó) quer fazer tudo devagar, degrau a degrau.
Quando se senta no carro, ofegante, realiza, mais uma vez na beleza do oculto, que apenas sabe o nome do ‘seu David, renascentista, de Michelangelo’, Pedro. E que não sabe mais nada, sobre ele.
Nem ela nem ele!
Em tempos e lugares diferentes, os dois pensam apreensivos, se um dos dois nunca mais aparecer no local dos encontros? Como será?
Inês, 'dirige-se a Deus': "‘Oh meu Deus’ que tonta sou e precipitada. Poderia ter dado mais tempo ao tempo... "
Enquanto isso, Pedro continua sentado perplexo, na beleza do oculto, sem perceber porque é que Inês desapareceu, naquele repente, e a pensar o mesmo que Inês.
“E se ela nunca mais volta? Como fui nabo. Porque não lhe pedi, pelo menos, o telefone. Ou confirmei com ela que estaria, para a semana, à mesma hora, aqui para nos conhecermos melhor?”
“Fiquei feito estátua e nada fiz para não a perder de vista, nunca mais. E agora?”
Inês e Pedro, na beleza do oculto, já deram mais um pequeno passo. Mas será que vai chegar?
Pelo menos Inês, colocando os óculos todos os dias, lembra-se de Pedro, diariamente. Não é que isso não fosse já, desde há semanas, hábito constante e recorrente na sua rotina.

Para saber o valor deste, e do, Amor. Resta-lhes, e resta-nos, Acreditar e Saber Esperar.

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