O Útil e o Inútil. E o respeito por cada um.
Será inútil termos respeito pelo inútil, como forçosamente temos pelo útil?
Quanto tempo passamos à volta do útil e deixamos para trás o inútil?
E se for no inútil onde está parte, ou mesmo grande parte, da nossa felicidade?
O trabalho é útil mas afasta-nos do inútil. Que pode ser brincar com os 'nossos' filhos, estar com os nossos irmãos, com a nossa família e queridos amigos. Beber uns copos ou passear à beira mar.
O fazermos contas e preocupar-nos com elas e com a tão presente 'crise' e, enquanto isso, deixarmos de andar a passear, com quem mais gostamos, no jardim botânico ou num museu da nossa cidade e que, realmente, pode parecer, aparentemente, inútil. E se esse alguém estiver a precisar de uma boa conversa e carinho. Ou mesmo nós. Se estivermos, nós, a necessitar dessa partilha. Será inútil?
Também por exemplo, os compromissos institucionais são úteis, e muitas vezes essenciais. Mas se conseguirmos diminui-los, ao mínimo, em prol do inútil. Um bom filme em família. Um bom jantar cozinhado e desfrutado com o nosso Amor. Um fim-de-semana, passado no litoral, com os pés na areia, apreciando o cheiro maravilhoso do mar e a beleza do horizonte azul, ganhando baterias para voltarmos a casa. E aos nossos afazeres ‘úteis’. Ajudarmos quem mais precisa. Fazermos companhia aos nossos mais queridos solitários. Serão actos inúteis?
Comentários
Enviar um comentário