“-Casaste??”.”-Casei.”.
Ele encontra-a, por mero acaso, ou não, em frente ao Rio. Faz muito Sol, a temperatura é quente. Estamos na Primavera. Não se vêem desde que se separaram. Há tempos idos. Ela está tranquila e expectante. Ele convencido e confiante.
"-Que é feito? Como estão os teus filhos? E a Mariana?", ela pergunta.
"-Estamos óptimos. Está tudo bem. A Mariana é que anda meia desanimada. A sua empresa faliu. Mas estamos muito felizes. Mudámos de casa. Comprámos uma casa fabulosa no Ribatejo. Com piscina e cavalos. Eu continuo com os meus negócios que vão ‘de vento em popa’".
"-E os miúdos? Como vão os estudos? Andam felizes?"
"-Estão óptimos." e faz silêncio.
"-E tu, estás boa? Bom, como sempre continuas ‘óptima…’ (sorrisinho parvo). Estás na tua casa, ainda? Sozinha?".
Antes que ela pudesse responder, aparece o grande D.
"-Olá, eu sou o D. Como vais?"
"-O D. é o meu marido, já agora apresento-te."
Enquanto o dia está cada vez mais bonito, J. fica branco, sem pinga de sangue até a face...
"-Casaste??".
"-Casei.".
" -Teresa, desculpa interromper, temos que ir. Os teus Pais estão à espera que passemos a buscar a Teresinha cedo porque têm um almoço. E ainda tens que lhe dar de mamar".
"-Tens razão D. Vamos.”
“-Adeus, até qualquer dia J., beijinhos", ela termina.
J. segue, com o seu olhar, perplexo, Teresa, já de costas, até a perder de vista.
De súbito pensa, 'Só agora percebi, como fui estúpido. Perdi a mulher da minha vida.’.
A vida é feita de opções, a maior parte delas exclusivas, deixando para trás as alternativas. Nem sempre o ser humano faz as melhores escolhas. Outros e outras podem ganhar tanto com isto...
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