Amor-ódio, as minhas aventuras de bicicleta por Lisboa



Hoje foi o primeiro dia do resto da minha vida e quase a perdi. Rato - Campo Grande. No rato tenho que ser um rato ou melhor, com a bicicleta, uma peoa. É impossível, na minha bicicleta, atravessar aquele emaranhado de autocarros brutos, táxis furiosos e motoristas apressados. Passado o rato pelas passadeiras, subi a íngreme rua ao lado direito do edifício do PS. Com a ajuda do motor, claro. Tinha um colega, atleta, esfalfado a subir ao mesmo tempo que quando me viu tipo foguete nem quis acreditar. Já na Artilharia um, amor. Tudo tranquilo. Um motociclista vindo da direita parou para eu passar. No caminho o meu amigo Pedro para dizer olá. Chegada ao topo do parque Eduardo VII, a paixão. Que vista maravilhosa. Ar puro. Felicidade. Sopro de vida. Seguindo caminho António Augusto Aguiar, contacto nos olhos com os automobilistas para me verem, tudo tranquilo. Ciclovia Duque Ávila cooperante. Ódio na Avenida da República. Talvez a evitar. Trânsito caótico. Medo, muito medo. Culpa minha, tentativa de ultrapassar uma fila de autocarros, de repente, e sem saber porquê, encontro-me à esquerda da saída de um túnel rápido. Pânico. Para me chegar à direita. Muitas tentativas de trocas de olhares com condutores apressados, de grandes autocarros, que aceitavelmente não se davam conta da minha presença. Senti-me pequena. No meio das faixas rápidas de rodagem. Lição, calma, muita calma. Finalmente chegada à direita, fuga para o passeio. Respirar fundo, e outra vez, pé no pedal. Ainda me deparei com uma ciclovia, em obras, fechada. E alegre chegada ao Campo Grande. Asta la vista. Amanhã volto. Para mim e para quem me lê. Boas aventuras ciclistas. 

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