ciclas peripécias


em catorze km diários de bicicleta a vida acontece. um casal de idosos, de mãos dadas, sorri. a menina se quatro anos, com medo, agarra-se a mãe. o tizé malandro pisca-me o olho. dois pássaros pretos, aves graunas,  namoram na relva bem cheirosa. um motociclista dá o ar da sua graça com um olá. dois namorados abraçam-se e beijam-se. o menino dos calções acena-me, cúmplice. a brisa matinal de fevereiro acaricia-me a cara. os reflexos prata das nuvens enchem-me o coração. o odor brilhante da natureza desperta os meus sentidos. o sol aquecedor e acolhedor abre-me os olhos para os maravilhas da vida.  viva a minha bicicleta e a minha coragem para enfrentar os perigos do trânsito alfacinha. vivam as ciclas peripécias.

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