O Balde

Num balde de água transbordante
sobre um par de óculos quadrados submersos
De costas eu te acho,
de costas eu te olho

À vista, no horizonte eu te sinto
Viajar na minha alma,
viajar pela minha calma

Deixas raízes de amor
te sinto angustiado e inerte
Como as gotas do oceano,
frontal e imenso

Pedra atrás de pedra, rolam
a nossa vida
No sorriso inverso
do meu coração rasgado


Sobre o espelho do quarto me vejo
Num encontro fugaz
Te deixo e volto
Nu, balde de água

E por fim, rendo-me
à tempestade do Amor
pedra, raizes, árvore
como água livre
estou
para sempre
acorrentada



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